sábado, 28 de junho de 2008

TODAS AS SAUDADES

Hoje é o meu dia de todas as saudades.
E são tais e tantas as saudades que duram há mais de sessenta anos.
Eu tinha um pai, e era menino
E o meu pai era um pouco menos menino do que eu nas idades.

Um dia, que tinha o nome de hoje, dizem que veio um deus cretino
E que esse deus, poderoso de todos os poderes, eterno e criador
Levou o meu pai
Sem compaixão pela dor e sem lhe pesar o amor terno.

Este deus só podia ser um deus insano e de maldades
É que eu, no tempo de ser avô, ainda hoje continuo morto de orfandades.

Se calhar é por isso que odeio os deuses
E muito mais aquele deus que me ensinaram ser todo poderoso
E infinitamente justo e generoso; e ainda carinhoso e rigoroso!

Se deus houvera, bastava que ele fosse sensato e razoável,
Para que uma criança não tivesse que crescer nas varadas da vida
Sem o afago duma duma orientação perante tantos caminhos sem saída.

Pai, eu vou precisar de ti mesmo quando eu morrer
Se eu morrer...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

RESPOSTA A UMA PROVOCAÇÃO

Original Message -----
From: Jose Candido Rodrigues
To: Undisclosed-Recipient:;
Sent: Friday, June 27, 2008 12:40 AM
Subject: Fw: A Minha Pátria é a Língua Portuguesa.


Por acaso alguém leu "os Lusíada" no registo gráfico original?
Por acaso alguém comparou as duas primeiras edições ( registos gráficos, com grafemas da época) que são as duas de 1572?
Por acaso alguém reconhece o registo de af coufaf arduaf e iluftrofaf? Alguém sabe o que isso seja?
Por acaso alguém leu os registos originais de Eça de Queiroz?
Por acaso alguém se apercebeu dos diferentes registos grafemáticos dos diversos heterónimos de PESSOA?
Acho que devemos ter juizo e não confundir a necessidade de dar registo significante e universal à LINGUA PORTUGUESA... com birras ortográficas que só podem traduzir um comodismo ideota. Lembrem-se: A MUDANÇA É SEMPRE UMA PRÁTICA VIRTUOSA!!!
É que a alma da LINGUA está na fala não está no registo grafemático que é sempre resultado dum acordo. O mesmo é dizer duma convenção.
Alguém se preocupa com a ortoepia?
Já deram conta que o Português falado em Portugal é uma língua velha, surda, que vive das tónicas e apaga as sílabas átonas?
Sabiam que o factor de unidade da China está na escrita e que um falante cantonense não compreende um falante mandarim ainda que a escrita seja a mesma?
Acho, francamente, que a língua não é uma coutada, uma picareta, uma charrua, um veículo lunar... É isso Tudo. E tem que se preparar para ir à lua como vai ao bar, para transgredir como para julgar, para ser pecado e virtude.
Essa é a minha língua. Carregada de homónimos, de homófonos, de parónimos...
Deixem a língua ressuscitar a cada instante e não façam da língua uma velha meretriz ou uma virgem casta...
Zédomar


Eis a provovocação:
A Minha Pátria é a Língua Portuguesa
De fato, este meu ato refere-se à não aceitação deste pato com vista a assassinar a Língua Portuguesa.
Por isso ... por não aceitar este pato ... também não vou aceitar ir a esse almoço para comer um arroz de pato ...
A esta ora está úmido lá fora ... por isso , de fato lá terei hoje de vestir um fato
Concordas com o modo de escrever acima exemplificado?
Se não concordares, clica na imagem que se segue e assina:

domingo, 22 de junho de 2008

LEVIANO

Tudo morava numa espectativa leviana
Envolta em núvem e confusa na onda quotidiana
Donde mirava um acidente picado de apetite…

Mas um sol nasceu na penedia
Ali, cercado de azul depois do meio dia…

Ainda na memória dança o poente
E uma tentativa quente
De te prender com nó de marinheiro
Apertado e firme e também doce
Por forma a levar-te ao cativeiro.

E assim damos mãos, e beijos, e abraços
Neste enlace de menino, sereno e turbulento,
Ousado, eufórico e sem tento,
Que faz anos sem dar conta
Numa alegria tonta
Como se a eternidade
Não tivesse mais que a nossa idade.

terça-feira, 17 de junho de 2008

POEMA QUE NÂO QUER SER

>
Mora comigo um poema atento
Muito tão atento que fica sempre desperto
Particularmente entre a distância e os silêncios.
É um poema que sempre me confunde que não distingue o pão e as madrugadas, a música e os pássaros, o mar e as árvores.
É um poema transparente e aéreo.
É um poema nu e brando como as penas do afago tímido
É um poema que desabrocha pelas noites carregado de perfumes.
Depois, há sempre um susto que sempre faz adiar o poema para o dia que há-de vir.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

MAIS UM DIA DE SOL

Hoje era tempo dum dia de sol. Mas o sol não quis estar connosco. Nós fizemos outro sol, um sol exclusivamente nosso, agasalhado no quente do coração, aberto para o próximo como se o próximo fosse a outra banda de nós. O sol banal, o quotidiano sol, não quis estar connosco. Pior para ele. Eu e outros meninos fomos heróis porque tivemos o sol azul e muito mais nosso, Foi o sol abrigado que veio de muito muito longe e com pérolas de chuva. E veio por carreirinhos apertados e quentes. Nós já nem sabemos muito bem dizer por onde foram os trilhos e as vielas mas os nossos filhos ficam vaidosos e orgulhosos quando dão conta que nós não precisamos da estrela do sol para nosso conforto. Aliás aprendemos a crescer sem sol…. Mesmo sem estrelas... coisa que nem as árvores da Casa da Eira conseguem apesar dos mimos dispensados num ofertório de cuidados… Nós nunca tivemos cuidados. Melhor, os cuidados nunca nos foram dados. Fomos nós quem se cercou de cuidados como se cada dia houvesse tempestade. Mas hoje não temos medo de nada.
Eu sou um herói. Até posso ouvir das nuvens um violino agreste numa melodia original. Deve ser um sonho!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

SE

Quando eu morrer
Se eu morrer
Põe-me a teu lado um instante
E um laço azul
Sobre a boca das palavras
Que fizeram a nossa inascença

quinta-feira, 12 de junho de 2008

OUTRO CAMINHO

Deixa que cada dia te cerque de luar para que no luar
A aventura possa voar.
Não fujas nunca para o sítio inóspito
Que é o sítio onde ninguém existe,
Nem rio corre, nem se ouve o grito aflito
Chora, grita, berra até que uma estrela se desperte
Ou a chuva caia, ou chore a pedra inerte
Joga uma aventura, entra no deserto
Como se entrasses num concerto,
Dorme na relva, no musgo, na areia húmida
Vai até onde o sono e o sonho se confundem
E deixa que o vento, o frio, a mão estranha ou vagabunda
Afaguem o teu seio túmido…
Mas nunca tentes chorar no teu sorrir.
Olha que há sempre um planeta para onde ir!

ESTE PRESENTE

Corremos neste chão do tempo
À procura duma estrela

Olhamos o mar
Para navegarmos esperanças
Entre o azul
que é sempre infinito

E sempre subimos nas árvores
Do perpétuo encantamento
Como se em cada árvore
Nos acolhesse o ninho de todas as ternuras

Inventamos cores, músicas, formas, vontades, amores
E com tudo isto desenhamos
A teia que cerca os momentos deste presente assustado...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

FARTAR VILANAGEM

Os últimos dias foram um estenderete aqui em Viana do Castelo.
Dum momento para o outro Viana encheu-se de piruetas de jactos e de helicópteros, de tropa camuflada, de paraquedistas e fusileiros, com poucos soldados e muitos graduados, de tanques, chaimites e outros bizarros carros de combate, de um balão enormérrico de publicidade às forças armadas, de metralhadoras e canhões...
Entretanto o Hospital corre o risco de não poder prestar assistência à doença por falta de verbas!!!
O presidente da República chamou-lhes comemoração do dia da “Raça”- uma patacoada irresponsável de quem padece dum défice cultural grave, e não percebe que quem defende a raça é racista… Um escroque da História defendia a “raça ariana” e foi responsável pelo holocausto que matou milhões de inocentes criaturas…
Estas comemorações do dia não sei de quê, nem de quem, são o espelho duma vergonha, duma insensatez, dum despudor sem norte...
Dá vontade de berrar, de cuspir, de escarrar...
Mas ontem acabaram-se as facécias e foram brincar às guerras para outro lado!
Mandaria o simples bom senso que tudo fosse comedido, mesurado, que tudo acontecesse na divina proporção num país pedinte a famélico.
É que, com estas estúrdias, tão inúteis quanto luxuosas, o governo perde a pouca autoridade que ainda possa, ou poderia, deter…
De há muito que o governo abdicou do poder regulador encafuando as suas incompetências dum liberalismo selvagem.
A perda de autoridade é tão grave, grande e notória que assistimos agora a um “lock out” das empresas de transporte de mercadorias.
Está no artigo 57 da Constituição assim escrito para que não haja ambiguidades: “ É proibido o Lock-out”.
O que vemos hoje? Um país parado, atacado já pela precariedade de bens essenciais, às portas do pânico.
Estamos, estão os que podem, virados para Espanha e é lá que vamos buscar os combustíveis, a garrafa de gás por metade do preço, e lá vamos buscar, os tomates, o pepino e outros legumes… E também a fruta. (é preciso ter cuidado com esta palavra porque uma escuta da nossa expedita PJ até nos pode encalacrar..) Quando digo fruta é mesmo isso: maçãs, nêsperas, a banana, o pêssego…
É um corre-corre à procura do necessário.
E o IVA e outras taxas e impostos ficam do outro lado…
O senhor ministro das finanças, que tem casa na fronteira do Rio Minho, deve saber disso perfeitamente… E só não vai, ele próprio, atestar o carro à outra banda porque é o Zé Povo quem lhe paga o combustível…
Mas já ouvimos referir que até Câmaras Municipais se vão abastecer ao outro lado da fronteira. E tudo isto acontece porque as gasolineiras estão a engordar os cofres escandalosamente.
As gasolineiras e os passados governantes que por lá fizeram o seu ninho dourado…
Teremos chegado, pergunto eu, ao apeadeiro do “fartar vilanagem?”

terça-feira, 10 de junho de 2008

NOIVADO SOBRE A PRAIA

Deixa-me olhar-te de perfil,
Como se olha uma sereia, namorado.
Era aquele entardecer juvenil
Dum Outono manso, sobre a penedia da praia
Contra o mar ainda cor de anil
Depois farei do teu retrato o meu violino
E com a música do meu violino o teu vestido
Para o nosso noivado.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

NOITE DE ÁGUA

A noite é um sono.
Dormem os pássaros e as árvores.
Só a água não dorme porque nunca a água tem sono
Nem sequer necessidade de dormir.
A água é tão transparente e delicada
Que nem a noite lhe muda os modos, ou a cor, ou nada.
Água é uma palavra líquida e leve.

Com ela podemos sempre ir e vir de qualquer lugar
E tem todos os sabores que possamos imaginar.
Eu gosto da água para imaginar na noite breve
E também gosto da noite para imaginar a água.
Porque ambas são férteis.
Ambas são o espaço e o tempo de muitas germinações,
Também de conspirações
Ainda de concepções.
Para fecundar é melhor ter água e ter noite.
Mas logo, quando for manhã, é o sol quem dá calor às criações

EDUCAÇÂO

A minha relva de infância era um veludo,
Um musgo doce, cheiroso, macio e tudo
Que me fugia sobre o pé descalço.
Lembro-me dos dias em que dormi na fresca sombra da aurora
Um sono de sonhar pela tarde fora
Enquanto as vacas pastavam pacientes o pasto verde de erva branda…

Era nas moreias de palha milha que uma Fernanda
Vinha abrir os meus sonhos.

Que bom que era nós dois, sem antes nem depois,
Inocentes passarinhos,
A aprender os caminhos
Da conservação da espécie…

quarta-feira, 4 de junho de 2008

CANOA DE SAUDADES

Minha canoa feita de saudades
Leva-me para o rio de nós dois
Na ilha verde, muito da cor da minha esperança
Depois iremos colher violetas
Ao amanhecer
Quando as violetas estão vestidas de pérolas
E dar-te-ei as pérolas sobretudo as inventadas
Que têm o sabor da minha imagem
E a obsessiva cor do teu perfume.

ALEGRE PERFUME

O Partido Socialista desnaturou-se. Entrou nas preocupações modernaças da praxis política, e deixou-se engolir na campa rasa do pseudo-realismo liberal.
A prática do nosso PS é hoje a de um partido indistinto e inculto que parece desconhecer tudo o que foi contributo ideológico para a sua génese e para a sua identidade e que vamos encontrar na geração de setenta do sc. XIX.
Atrevido que sou, quero perguntar, quantos dos actuais governantes leram, ou sequer ouviram falar, nas “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares” de Antero?
E das proibidas Conferências do Casino Lisbonense?
Quantos saberão que as nossas desgraças têm fundas raízes no Centralismo que tudo decide sem nada conhecer?
Raízes que crescem no dogmatismo herdado duma contra-reforma dominicana ou jesuítica, que se ufana e se alimenta de inquestionáveis verdades e foge à participação cívica, à discussão que faz luz, preferindo os procedimentos de ameaça e processos inquisitórios?
Desgraças que engordam numa economia de transporte que só serve os astutos, os hábeis no negócio, que enjaula o lobo e o cordeiro na mesma cela, que tributa quem não tem defesas, que tem medo dos poderosos, que serve o ópio ao povo na Cova da Iria, nas garantias duma epopeia futeboleira, na novela dum apito, dum guiso, ou na fantasia dum VIP ou duma cabra que faz capa dum lixo de revista?
Já Antero dizia isto, por formas mais eruditas e menos bruscas que não estão no meu alcance…
Manuel Alegre não é imprudente quando quer mais justiça, mais dignidade na governação, menos martírios para os pobres e necessitados que vêem frustradas as suas esperanças em nome dum equilíbrio das finanças públicas que não sabem o que seja.
Sabem é do pão, do leite, do arroz e dos transportes que dobram os preços sem porquê…
Não é tolerável que um partido que é o seio do livre pensamento, que devia estimular o contraditório, que deveria buscar na crítica o estímulo, ou a ousadia de corrigir processos, se permita ter um porta-voz imbecil - o tal que diz que o PS não tem queavaliar nada porque não fez nada de mau ?(…), que venha, não só censurar, mas condenar o comportamento de um camarada que não faz mais do que expor-se para oferecer defesa aos necessitados, e com humildade, pedir desculpa a todos quantos votaram no nosso PS, numa saudável expectativa e vêem agora essas legítimas expectativas completamente defraudadas…
Alegre fez a defesa do Partido Socialista, deu credibilidade e deu conforto a muitos socialistas que todos os dias são afrontados com a “pantominice dos políticos que são todos iguais”, que tudo prometem no tempo eleitoral e que depois fazem tudo ao contrário…
Que vergonha esta de termos as maiores assimetrias sócio-económicas na União Europeia!!!
E ainda vêm os ministros, com impudor e desplante, com descarada empáfia e sem vergonha, dizer-nos que caminhamos no pelotão da frente e que o problema é agora a valorização do dólar…
Até ontem era a valorização do Euro….
E não há uma enxurrada que limpe este país?
O dia da raça este ano desagua em Viana…
Aqui está tudo pintado de fresco.
Tão pintado que até cheira mal…..

terça-feira, 3 de junho de 2008

SEGREDO


Guardamos os momentos preciosos
No escaninho escondido das memórias
Serão tempos sem relato
Talvez sem história
Mas sempre é desses tempos breves
Que a vida nos escreve os livros virtuosos

Olha,
Eu sei que para ti eu sou um santo
Mas, no fundo, o que eu sinto
É vontade de te amar em qualquer canto.

OUVENDO KARAJAN

Branco e pascal, um gesto flutua
E o dedo de um deus afaga
O silêncio com música presentida...

De súbito
Todos fecham os olhos
E um festim unânime
Enleva os amantes pelo bosque.

Deixamos, então, que o lume grite
E a alma respire
No leito de vento
Ao ritmo que Karajan reina.

Porque em tudo seremos os sinais!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

NAVEGAR,NAVEGAR

Às vezes há um rio dentro de mim
É um rio sempre muito das cores do arco íris
Eu fecho os olhos e navego pelos braços do rio ultra-violeta até às margens infra-vermelhas.
Navego num batel antigo e decorado das cores dos teus lábios.
E nunca me canso de navegar
E nunca me canso de navegar a cor dos teus lábios

domingo, 1 de junho de 2008

MISTÉRIO?

Era manhã e ouvi.
Eras toda espuma.
Um curso líquido, nunca água, inundou-me o sonho
E encontrei uma estrela...
Era uma estrela parecida contigo!

O TRONO SUBTIL

Dar-te-ei um trono feito de artes tão subtis
que nem sentirás dele o suave conforto.

Um trono invisível
adornado de cantigas e de luminosas pedras
trazidas do teu imaginário.

Nada de rudes matérias
nem sequer de gestos
que falem o silêncio das palavras.

Um trono de núvens e de sonhos
como tu gostas.

Depois
já quando o trono não merecer reparos
e o polimento esgotar o trato singelo
colocarei o trono em órbita
na órbita bem irregular e ocasional
como é a tua própria vontade

E tu serás contente .
Para sempre.

UM DIA DO INVÉS

Há tanto tanto tempo que as ondas me falam duma distância imprevista.
Falam as ondas e as andorinhas do mar que pastam apressadas enquanto tomo o meu sacrossanto e matinal café.
Não saberei nunca se o café é sagrado por ser matinal ou matinal por ser sagrado…. É o café que faz o meu bom dia na hora do cedo ou na hora do mais tarde.
Mas tem que ser à beira mar…
Se não for à beira mar tem que ser à minha beira.
O que está ao pé de mim ou me encanta ou me pica uma dor que doi dos pés à cabeça.
Mas gosto das ondas a marulhar nas penedias, ondas que sempre me contam, com rigor colorido, os sonhos que nasceram no Oriente…
O Oriente é donde nasce o sol. Eu sei.
Mas com o sol tenho pouca conversa.
O sol é um ditador: põe e tira o que quer e não dá explicações.
Nunca ninguém se atreveu a dialogar com o sol.
O sol não responde.
A lua sim. É feiticeira mas responde.
O sol é pior que o hipopótamo da rua onde ninguém sabe o que seja um hipopótamo.
Mas estas confabulações valem menos que um segredo que nunca conseguirei desvendar: porque será que um cavalo marinho é muito menor que a gata que dorme no meu colo?
Entretanto é cavalo. E marinho.
E a pobre da gata é um doméstico animal que nem caça, nem marinha.
Só come. E depois dorme.