quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O POEMA DO AMANHÃ

Mora comigo um poema atento
Muito tão atento que fica sempre desperto
Particularmente entre a distância e os silêncios.
É um poema que sempre me confunde, que não distingue o pão e as madrugadas, a música e os pássaros, o mar e as árvores.
Mora comigo um poema atento
É um poema transparente e aéreo.
É um poema nu e brando como as penas do afago tímido
É um poema que desabrocha pelas noites carregado de perfumes.
Depois, há sempre um susto
Que sempre faz adiar o poema para o dia que há-de vir.

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