quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Conta-me uma estória de meninos
Ou pinta-me as cores dum malmequer
Ou mostra-me o vento na alta madrugada
Anda
Que eu farei pela noite dentro um sonho
E no sonho um céu E no meio do céu
Em forma de pássaro branco
O teu nome

sábado, 8 de novembro de 2008

CARTA PARA UM AMOR INÚTIL

Meu amor,
Vou escrever a tu.
Tem eu aqui um papel com as coisas todas da tal máquina de vídeo que mando já já com uma fita vermelha ao lado. Ele diz tudo. O papel. Ora diz?
Não mando no fax, nem que queira, porque o fax não quer passar coisas para os lados teus. Eu já tentei mandar ao sítio de Hong Kong e não apeteceu. Depois queri mandar ao Salavisa e também não quiz apetecer de entrar. Não sei se era mau aqui ou aí. Daqui a Lisboa foi de fax, mas é perto pouco pouco. E Macau é longe mais muito. Muito tanto que se não fosse tanto eu já estava a ir aí.
Logo mesmo vou a Coimbra. Vou já antes do dia da quarta feira e durmo primeiro antes do hospital. É mais bom melhor que estar a correr no dia da noite muito noite.
Hoje fui na posse da minha Assembleia na minha terra. Mas eu não tenho terra, e então não posso dizer minha quando não é. Pois. Eu até nem sei o que tem minha. Tu sabe?
Aqui anda tudo feio muito tanto que doi só de pensar. A gente pequena tem pouco que coma e depois anda por assaltos. Ou também em coisas que parecem mal. As gentes querem mais e o chefe não quer. Ou quer menos. Agora, um dia fica tudo em dias de greve a ver quem pode mais.
Mas hoje eu tem mais sono que antes porque já dormi pouco. Eu até nem gosta nada nada de dormir. Antes queria dormir mais muito contigo comigo. Assim tu sentada no colo meu depois de. Tu sabe ainda como foi. Não? E sabe ainda já como vai ser? Ainda?
Anda muito a chuva cá. E eu não gosto. Mais gosto de sol. Melhor era naquele sítio bom que tu tinhas nas Filipinas. Que tão bom!
Beijinhos tontos e tantos tantos para chegar daqui a ti. Leva-me. É? Gosto ainda mais que tu nem sabes.