terça-feira, 9 de setembro de 2008

UM DIA

Um dia, dar-te-ei uvas em vez de rosas
Ou um pêssego rosado no lugar das palavras poderosas
Que procuram a face dum poema.

Um dia, dar-te-ei um linho branco, ainda estriga,
Para que possas fiar um norte, um sul, um novo lema
Tudo dentro de tudo, e sempre fora de gestos duvidosos.

Um dia, à moda antiga,
Far-te-ei um hino, um salmo, um leque de afagos carinhosos

Um dia, iremos descobrir que o tempo, o espaço, as melodias
Tudo cabe num açafate de harmonias.

1 comentário:

Anónimo disse...

Digo-o hoje. Poderia ter dito a propósito de vários poemas teus, há muito tempo. Talvez, estes dois últimos tenham chegado mais fundo à raiz das emoções poéticas.
Bons poemas: enchem completamente as palavras que os tecem.