domingo, 25 de outubro de 2009

O PODER COMPRAR

Por vezes apanhamos de raspão um dito, uma boca, um bocejo, e porque ele nos cai no ouvido vindo dum agente noticioso, logo fazemos disso uma notícia. Ainda que a notícia possa parecer estranha vinda duma fonte inabitual. Ainda que a notícia corresponda ao óbvio...
É que neste país o óbvio raramente tem crédito...
Tão habituados que estamos aos paradoxos que escorrem do sistema judicial, do sistema educativo, dos procedimentos fiscais,dos fabulosos sucessos da bola, sobretudo, dos poderosos que fazem mexer a máquina económica desta terrinha que ficamos boquiabertos com a sensatez...
Ai esta terrinha... que até é a 10ª potência mundial no futebolismo, que se encalacrou na organização dum campeonato europeu e que persiste na organização dum MUNDIAL...
E tudo abençoado pelos governos. E tudo com bondoso acordo dos teóricos das economias e com o beneplácito dos agentes operacionais do comprar e vender...
Pois neste pais de paradoxos trespiou-me uma afirmação vinda dum alto poder (Amorim? Belmiro? só poderia ser um deles...) Pois o alto poder sustentava, imaginem o sacrilégio económico cometido perante o papa Constâncio, o alto poder sustentava que "se não há dinheiro, não pode haver consumo. SE não houver consumo o comércio não vende. Se o comércio não vender também não compra. SE o comércio não comprar as fábricas não têm para quem produzir. E então teremos que fechar as portas..."
Haverá juízo económico mais óbvio, mais transparente, mais sério?
Tenho impressão que o DR. Vitor Constâncio pode guardar as suas cartilhas perante um padre nosso tão singelo... Eu, cá por mim, já aderi a este credo. E vou ser apóstolo desta religião económica... Tem que haver um caminho que não ponha os ricos a abarrotar de bens supérfluos e deixe os pobrse com fome na esquina da rua, ou envergonhados na sua casota....
SR. Dr Constâncio, o senhor não quer experimentar viver, só um ano, com o salário mínimo?
Ou então, passe para cá o seu cartão de crédito, e fique com os meus encargos...e com o meu vencimento...
Zé Candido

1 comentário:

Maria Eduarda disse...

Se dividires o cartão de crédito do Constâncio comigo eu até lhe dou o 13º e o 14º meses do meu vencimento. Chega-lhes que o que eles precisam mesmo é de uns bons sopapos.
Beijos.