terça-feira, 6 de janeiro de 2009

MAIS LIVRE QUE A GATA

Anda perdido o rosmaninho!
Também, se não andasse perdido, não seria rosmaninho...É o maninho que lhe dá o rosto, a face, o olhar, o perfume...
A outra dimensão que a alfazema não conhece, nem suspeita, nem assume,
Porque é planta afeita a maneiras de elegâncias.

O monte maninho era sítio para onde a mais antiga das minhas madrinhas enviava as trovoadas, levadas que eram pela graça de santa Bárbara.
No maninho não havia pão nem vinho, nem rasto de mulher pelo caminho.
No maninho abunda o azevinho, o rosmaninho os bichos de conta as trepas de espinho
E também escramboeiros agrestes e rafeiros
De que o meu avô fazia pereiras variadas cravando-lhes uma porrada de enxertos.

Maninho sou, sem eira nem beira, sem tecto, sem amparo de mulher casada.
É assim que eu gosto: eu mais a minha gata, tão libertina como eu...

Melhor, muito menos libertina do que eu, porque, impiedosamente, a mandei castrar…

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