É na eira da minha infância que vou procurar a espiga rainha
E na espinha rainha o milho rei.
(Não sei porquê
Nunca entendi essa procura miudinha
Duma espiga rainha
Para que cada um possa desbragar em beijos
Os seus desejos.)
Mas eu quero a eira da minha infância
Porque será na eira de pedra quadrada
Que verei os teus caracóis
O teu olhar inquieto
O sobressalto do teu gesto
(Enquanto os pardais voam o voo incerto
E os goivos simplesmente florescem)
E não deveria querer mais nada para mim
Nem sequer uma palavra
Ou um ramo de alecrim
Pois eu sei que para ti não haverá antes nem depois
E que eu serei (tarde e cedo) a vulgar circunstância.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
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3 comentários:
Que belo poema!
O poder da natureza está inexoravelmente ligado aos actos essenciais da vida humana!
momento alto de poesia, sem dúvida...
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