quarta-feira, 26 de março de 2008

MORAL E MARMELEIRO

Era meu propósito não falar mais da coisa pública. Tem sabor a lodo, a bafio este pantanal da política e quanto mais se mexe na porcaria pior é o cheirete.
Queria dizer da poesia, da primavera, da natureza a acordar, da passarada a cantar
Mas há coisas que não podem passar sem cacete, ou, como diria o Bispo de Viseu, Alves Martins, o que queria a religião como o sal na comida, nem demais nem de menos, que a política precisava de moral e marmeleiro.

Político era o responsável na polis grega. O que não tinha responsabilidades era o idiota…
Como os tempos mudaram os conceitos…
O que aconteceu no Carolina Michaelis vem provar, mais uma vez, que o Sistema Educativo precisa de ser refundado. Não basta reformar que o mesmo é dizer remendar.
Acabe-se duma vez por todas com a tolaria do binómio escola-família.
A família biológica só pesa nas cabeças tontas e cegas. As Excepções confirmam a regra…
Família é “amar e ser amado” e é o espaço ESCOLA que tem que acolher e amparar o educando durante todo o dia porque os paizinhos saem de casa pelas 6/7 da manhã e chegam a casa pelas 8/9 da noite. Depois querem sopas e descanso. Querem é que os filhos não os chateiem…
Mas para que a ESCOLA seja o lugar de acolhimento e amparo ela tem que ter disponíveis psicólogos, assistentes sociais, sociólogos, bons seguranças e excelentes professores.

O Professor tem que ser escolhido segundo certas biotipologias….. Não pode ir parar à escola, como docente, quem foi excluído de todas as outras hipóteses profissionais.

O Professor é o construtor da sociedade futura, não pode ser tratado como um pária, como um servente, como um manga de alpaca.

E, sejamos simples e claros, a função do professor é a de incitar às aprendizagens específicas das suas disciplinas, disciplinas que não podem ser uma brincadeira de lana caprina, mas que devem girar em torno de um núcleo duro onde estão os ferramentais para a vida profissional: muita Matemática, muita Língua Portuguesa e três línguas estrangeiras… Ainda a História e a Geografia como disciplinas contextuantes que darão ao aprendente o indispensável conhecimento do tempo e do espaço…
E Ponto Final!
O resto são cantigas, é palhada para validar notações e médias de falso sucesso educativo.
A Educação cívica e a educação sexual devem ser transversais ocupando de conteúdos todas as disciplinas instrumentais.

O que se faz é para enganar o papalvo…
Isto de informática, por exemplo, é a esferográfica de antigamente…
E quem quiser entrar na engenharia de informática tem é que saber muita matemática…
A Escola não é um recreio, um tempo de dissipação, um espaço viciante e de abandalhamento.
O Estudante tem que ser, como se dizia nos anos sessenta, “um jovem trabalhador intelectual.” E se assim não for temos o que todos vimos no vídeo do Carolina Michaelis…Vídeo feito por um aluno na sala de aula e que anda a correr mundo…
Daria para rir se razões não houvesse para chorar!
“Entretanto a justiça anda a brincar ao apito dourado!”
Venha moral e marmeleiro, enquanto é tempo, porque mais logo pode ser tarde…

2 comentários:

Anónimo disse...

Isto É válido para as escolas do sistema geral de ensino... Mas é necessário pensar nas escolas profissionais...

Anónimo disse...

Concordo com a genaralidade do seu pensamente em relação à refundação do ensino. O Caso Carolina Micaelis não é mais do que uma tempestade no copo de agua pé... Oh professor Candido esta da Carolina tem muito a ver com o apito dourado. Tambem o senhor a meter a justiça nisto ? AHAHAHA

Um antigo aluno amigo.