segunda-feira, 10 de março de 2008

O OUTONO É FOLHARIDO

Não pinto os trapos que já foram, as folhas dos invernos,
As decadências dos perfeitos eternos.

Tenho uma ideia madura a crescer por entre as noites
E nas noites pinto tudo o que serei.

É verdade que nunca perdemos os passados
E é por isso que nunca me despego das memórias
Que nunca esqueço os sabores da infância
E os cheiros de então
Que quando era menino nunca houve perfumes



Mas quero é saber que terei um amanhã
Um amanhã tão simples como derradeiro
Para fazer contigo uma catedral
Talvez de pedra, talvez de vidro, talvez um simples canteiro
Mas de flores de cristal!

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