segunda-feira, 3 de março de 2008
O VELHO DEMIURGO
Era imaterial, inerte, difuso, evanescente
Escreviam-no com barbas, de olhos indiferentes
Sempre mórbido, abstracto e cansado
E por isso lhe davam um retrato sempre sentado.
Mostravam-mo vezes sem conta quando eu era menino
E ameaçavam-me com ele para que eu tivesse tino
Quando era noite, tinha dele algum temor e muito receio...
Eu não entendia nada daqueles poderes
Nada dos mistérios que cercavam a minha confusão
Nada dum mundo onde morava um velho eterno
Infinito para além de toda a dimensão...
Poderoso, criador e senhor do universo.
E porque nada entendia
Obedecia
Obedecer não é uma cobardia
Obedecer até pode ser uma ousadia
Quando acreditamos, confiantes e seguros
No sustento da matéria
Na obra da natureza que vai da flor até ao fruto maduro
Sempre gostei de ver
De ver e resolver os casos que me cercam
O tempo que faz frio, faz vento, faz granizo ou faz calor
Zedomar
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