terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Jacques Brel
Andei contigo quase desde a escola,
e contigo quis aprender a força bárbara de dizer
o sentido das palavras.
Porque tu não cantas melodias
cantas as pessoas e as coisas,
e cantas a raiva original,
e a ternura menina,
e o amor em estado de orfandade.
E cantas sempre fincado na rudeza do teu corpo:
como quem agarra e morde,
ou beija e desfalece.
A tua voz são todos os sentidos.
A tua voz ofende e angustia
e logo encanta e alivia.
Tu és a tempestade antes e depois.
E ficas sempre mesmo que ausente.
E ainda no tempo que vier,
quando a memória apagar todas as saudades
e a linguagem esquecer as formas que a fazem
a tua voz há-de continuar o monumento à nossa idade.
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1 comentário:
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
E viva Brel!
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