terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Jacques Brel




Andei contigo quase desde a escola,
e contigo quis aprender a força bárbara de dizer
o sentido das palavras.
Porque tu não cantas melodias
cantas as pessoas e as coisas,
e cantas a raiva original,
e a ternura menina,
e o amor em estado de orfandade.
E cantas sempre fincado na rudeza do teu corpo:
como quem agarra e morde,
ou beija e desfalece.

A tua voz são todos os sentidos.
A tua voz ofende e angustia
e logo encanta e alivia.

Tu és a tempestade antes e depois.
E ficas sempre mesmo que ausente.
E ainda no tempo que vier,
quando a memória apagar todas as saudades
e a linguagem esquecer as formas que a fazem
a tua voz há-de continuar o monumento à nossa idade.

1 comentário:

Ilona, Nathaly e Daniel disse...

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière

E viva Brel!