O nosso Primeiro Ministro cometeu uma gafe, que veio divertir muita gente, quando chamou à ministra da Educação, Senhora Ministra da Avaliação.
O nosso Primeiro, sem ter disso intenção, disse uma grande verdade. Avaliar e educar podem ser sinónimos Ou quase sinónimos.
Avaliar é uma prática sistemática do conhecimento. É pela avaliação que eu decido o que devo ou não devo fixar das infindáveis informações que cada dia me são oferecidas por todos os modos, maneiras e feitios.
Desse incontável acervo de informações, pela avaliação, escolho aquilo de que tenho necessidade ou o que me interessa. ( não importa aqui a importância ou relevância do interesse: toda a gente, neste país da bola, sabe quem foi o Eusébio e poucos saberão quem foi Mozart ou Camões!)
Avaliar reporta-se ainda a um quadro axiológico, um quadro de valores de natureza ética, e, portanto, de natureza subjectiva, ou cultural que me levam sempre a fazer opções de aceitação ou recusa. Aqui estamos, de forma particular e mais pertinente, em face das religiões, mas ainda das tradições, dos hábitos e doutros muitos valores que a racionalidade e as emoções podem condicionar levando à aceitação ou à recusaOlhemos o que se passa nas três “verdadeiras” religiões abraãnicas (ojudaísmo, o catolicismo ou o islamismo) e logo damos conta das condicionantes a que o seu fundamentalismo obriga. A “verdade toda” faz de tudo o resto absoluta falsidade e mentira….
Eu não imagino o quadro em que a Senhora Ministra, ou o nosso Primeiro, vêm ancorar para impor aqueles formulários a que, só por demência, se pode chamar avaliação…. Mas não resisto a citar aqui a resposta dos chefe Índio a Benjamim Franklin que experimentou educar as crianças dos índios segundo um paradigma da sabedoria do iluminismo:
“Nós estamos convencidos que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração
Mas daqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa…
Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros…”
Educar é incitar para as eficiências face às necessidades e aos interesses… E os professores o que sabem disso?
E a Senhora Ministra o que sabe disso? E toda a 24 de Julho o que sabe de educação?
Enquanto não deitarem ao Tejo aquele fortim burocrático da 24 de Julho, que tudo manda e nada sabe, não refundaremos o Sistema Educativo… A ministra é um pobre diabo!!!
segunda-feira, 10 de março de 2008
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1 comentário:
É mesmo um pobre diabo....que já casou 5 vezes
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