quarta-feira, 4 de junho de 2008

ALEGRE PERFUME

O Partido Socialista desnaturou-se. Entrou nas preocupações modernaças da praxis política, e deixou-se engolir na campa rasa do pseudo-realismo liberal.
A prática do nosso PS é hoje a de um partido indistinto e inculto que parece desconhecer tudo o que foi contributo ideológico para a sua génese e para a sua identidade e que vamos encontrar na geração de setenta do sc. XIX.
Atrevido que sou, quero perguntar, quantos dos actuais governantes leram, ou sequer ouviram falar, nas “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares” de Antero?
E das proibidas Conferências do Casino Lisbonense?
Quantos saberão que as nossas desgraças têm fundas raízes no Centralismo que tudo decide sem nada conhecer?
Raízes que crescem no dogmatismo herdado duma contra-reforma dominicana ou jesuítica, que se ufana e se alimenta de inquestionáveis verdades e foge à participação cívica, à discussão que faz luz, preferindo os procedimentos de ameaça e processos inquisitórios?
Desgraças que engordam numa economia de transporte que só serve os astutos, os hábeis no negócio, que enjaula o lobo e o cordeiro na mesma cela, que tributa quem não tem defesas, que tem medo dos poderosos, que serve o ópio ao povo na Cova da Iria, nas garantias duma epopeia futeboleira, na novela dum apito, dum guiso, ou na fantasia dum VIP ou duma cabra que faz capa dum lixo de revista?
Já Antero dizia isto, por formas mais eruditas e menos bruscas que não estão no meu alcance…
Manuel Alegre não é imprudente quando quer mais justiça, mais dignidade na governação, menos martírios para os pobres e necessitados que vêem frustradas as suas esperanças em nome dum equilíbrio das finanças públicas que não sabem o que seja.
Sabem é do pão, do leite, do arroz e dos transportes que dobram os preços sem porquê…
Não é tolerável que um partido que é o seio do livre pensamento, que devia estimular o contraditório, que deveria buscar na crítica o estímulo, ou a ousadia de corrigir processos, se permita ter um porta-voz imbecil - o tal que diz que o PS não tem queavaliar nada porque não fez nada de mau ?(…), que venha, não só censurar, mas condenar o comportamento de um camarada que não faz mais do que expor-se para oferecer defesa aos necessitados, e com humildade, pedir desculpa a todos quantos votaram no nosso PS, numa saudável expectativa e vêem agora essas legítimas expectativas completamente defraudadas…
Alegre fez a defesa do Partido Socialista, deu credibilidade e deu conforto a muitos socialistas que todos os dias são afrontados com a “pantominice dos políticos que são todos iguais”, que tudo prometem no tempo eleitoral e que depois fazem tudo ao contrário…
Que vergonha esta de termos as maiores assimetrias sócio-económicas na União Europeia!!!
E ainda vêm os ministros, com impudor e desplante, com descarada empáfia e sem vergonha, dizer-nos que caminhamos no pelotão da frente e que o problema é agora a valorização do dólar…
Até ontem era a valorização do Euro….
E não há uma enxurrada que limpe este país?
O dia da raça este ano desagua em Viana…
Aqui está tudo pintado de fresco.
Tão pintado que até cheira mal…..

4 comentários:

Anónimo disse...

O médico acercou-se do doente. Olhou-o demoradamente. Observou-o, uma e outra vez, enfastiado. Disse:
- O senhor não tem qualquer cuidado com a comida. Fuma desalmadamente. Não se lava.É marreca. Tem os dentes podres e o seu hálito parece uma fossa. Enfim, realmente não presta para coisa alguma.
- Ó senhor doutor, mas eu chamei-o para me curar e não para me insultar.
- Curar!? Essa agora! Curar não sei,mas dos insultos você não me escapa.

Anónimo disse...

Manda o bom senso não exibir em público as vergonhosas partes... muito menos vangloriar-se alguém quando cheira mal da boca, quando não se lava, quando fede do sovaco, quando é ideota... Aí deve ser recatado e muito humilde para merecer respeito e comiseração...

Sopapos

Anónimo disse...

Ele quer ser curado. Não quer ser censurado.

Anónimo disse...

Mas a desvergonha é sempre contra producente num processo de profilaxia.O recato pode ajudar a cura. Sobretudo enquanto propicia a reflexão
S