segunda-feira, 16 de junho de 2008

MAIS UM DIA DE SOL

Hoje era tempo dum dia de sol. Mas o sol não quis estar connosco. Nós fizemos outro sol, um sol exclusivamente nosso, agasalhado no quente do coração, aberto para o próximo como se o próximo fosse a outra banda de nós. O sol banal, o quotidiano sol, não quis estar connosco. Pior para ele. Eu e outros meninos fomos heróis porque tivemos o sol azul e muito mais nosso, Foi o sol abrigado que veio de muito muito longe e com pérolas de chuva. E veio por carreirinhos apertados e quentes. Nós já nem sabemos muito bem dizer por onde foram os trilhos e as vielas mas os nossos filhos ficam vaidosos e orgulhosos quando dão conta que nós não precisamos da estrela do sol para nosso conforto. Aliás aprendemos a crescer sem sol…. Mesmo sem estrelas... coisa que nem as árvores da Casa da Eira conseguem apesar dos mimos dispensados num ofertório de cuidados… Nós nunca tivemos cuidados. Melhor, os cuidados nunca nos foram dados. Fomos nós quem se cercou de cuidados como se cada dia houvesse tempestade. Mas hoje não temos medo de nada.
Eu sou um herói. Até posso ouvir das nuvens um violino agreste numa melodia original. Deve ser um sonho!

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