segunda-feira, 19 de maio de 2008

AMOR E SEXO

O amor e o sexo quase são gémeos.
No sexo faz-se amor e o amor funde, no sexo, os amantes.
É assim que se faz amor em vez de sexo e se faz amor quando se faz sexo.
Mas era uma vez que os quase gémeos amor e sexo se travaram de razões. Como, aliás, é próprio da comum fraternidade.
Então o amor jurou de si contraditórios juízos, perplexas sentenças, imprevisíveis modos e maneiras de se explicar perante o sexo a quem acusou de ser uma ocasião, uma oportunidade, uma circunstância...
E disse, circunspecto, palaciano, apaixonado e retórico:
Amor não casa com prudência!
Amor é alegria e perdição!
Amor embala e desperta!
Amor engole, amor sufoca, amor atrai!
Amor desconhece avisados cuidados!
Amor é suicida!
Amor é ressurreição!
Amar é a forma irregular de conjugar o desejo!
Amar é bebermos pelo mesmo copo, comermos do mesmo prato e partirmos no mesmo barco. Mas barco sem leme e rumo sem norte...
E nesta aventura amamos o possível e o impossível.
E amar a coberto da sombra perfumada?
E ama, solto e liberto, nos prados da infância?
O amor é o elixir para o tempo imortal!
Ai!
Por amor ajudamos, agredimos, mordemos, e choramos. Que o amor é físico, é carne, é pecado, é alma e adoração. Excita e suaviza.
Amar é a única atitude digna na vida das pessoas. Porque une. Porque ata. Porque prende e liberta.
O amor é uma onda magnética. Repele e atrai. É doçura e crueldade.
E também uma longa paciência e um infinito desejo.
Por vezes amor é um jogo, uma história para embalar, um embalar de adormecer.
Os amores tardios são mais deliciosos. Tem sabor de mel, de nozes de uvas passas.
O amor tem filhos. E tem pais. E tem irmãos..
As portas do amor abrem sempre para as portas da amizade.
O amor não se aprende. Faz-se e dá-se.
Amar faz o mundo maior.
Faz o calor mais fresco, o frio mais quente.
O amor não tem idade. Está sempre a nascer.
Amor é amar no imperfeito. Sempre.
O amor é uma necessidade...
E tu sexo, tu és uma vontade!

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