As ambiguidades nascem insufladas de duas hipóteses.

Não sei se insufladas se prenhes.
As ambiguidades são produtoras e abrem uma rotunda para dois caminhos. São um parto de gémeos.
Na ambiguidade nunca há um ferrolho e portanto nunca sabemos quem persegue ou quem defende.
Quem produz ambiguidades deve saber o que quer.

"Persegue o Zé a Joaquina" é uma perseguição paradoxal. A dupla e, unicamente, dupla perseguição.
É muito bom assim: ficarmos entre perseguir e perseguido.
Porque toda a mensagem é.

Quando uma mensagem pode ser duas, o arco da mensagem é muito melhor, mais de sabores, muito mais de valores.
Além de mais abundante e divergente promove a perplexidade.
E no campo de tantas muitas certezas, a perplexidade é inevitavelmente razoável.
Nesta feira de saberes certos só a perplexidade pode não ser um embaraço. Ou então o embaraço é a única certeza, mas que ninguém compra. As pessoas o que querem é a estabilidade que não há.
Toda a mensagem é. Enquanto é produz efeitos. Na decifração dos efeitos está a leitura da mensagem.
Se uma mensagem produz um único e certo efeito é sinal que não presta: é igual a pão, pão; queijo, queijo!!!
Quando ambígua é rica e não tem o dedo apontado.
Mas óptima, mesmo óptima, no limite das palavras,
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“Como eu gostava de te oferecer uma estrela!”
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