sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Os meus dias


Gosto de cultivar as memórias num campo azul
Mas num azul menos inquieto que o mar
E menos profundo que o azul dum Maio florido.


Escrevo uma memória que ainda só germina
Muito suavemente, ao som duma ocarina,
Envolta e debruada num mágico tecido
Que, se eu não fora ateu, dava um altar.
Mas o que é bom e salutar
É nunca sabermos nada de destinos...

Porque não é pelos destinos que abrimos as memórias.
O que sabemos e sofremos são fúrias de surpresas
São fascínios sem rumo e sem histórias
São encantos, são um pico de estranhezas...

Depois, é um devaneio, um canto e uma espera
Até que chegue a Primavera
Ou uma estrela cadente me dê ao sol
A cor azul

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