quarta-feira, 21 de maio de 2008

VAMOS REFUNDAR O SISTEMA EDUCATIVO!?


“O mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos duma criança”
António Gedeão
Assim dizia Gedeão. E dizia uma verdade grande, enorme, absoluta.
Por isso indiscutível, mas que as sucessivas governanças deste país nunca entenderam, ou entenderam tão estupidamente que teimam em levar o país para um beco sem saída.
Por força do contágio, o país também mudou. O país fugiu, em parte grande, para o litoral entre Braga e Setúbal.
A mulher passou a profissional, em paridade com o homem, e sai de casa nas horas da madrugada para chegar tão tarde e tão cansada como o seu parceiro.
A família tradicional estoirou porque a mãe deixou de ser a fada do lar, a guardiã da tribu, a zeladora dos confortos necessários para bem acolher e amparar
Convenhamos que sempre “família é amar e ser amado”.
Para tanto, para que amor se diga e se faça é preciso tempo e lugar...
Ora o tempo e o lugar que faziam o ninho da família de antanho acabou.
Hoje é um corre, corre, sempre com falta de tempo e muitas vezes com acidentes: é ouvir os avisos de trânsito pelas sete da manhã e pelas nove da noite...
Mas há ainda outro factor que amplia, e de que forma, as mudanças estruturantes que não têm réplica estruturada neste nosso país de palavreado balofo e futeboleiro…
Os últimos trinta anos abriram-nos ao mundo e fizeram do mundo, que frequentemente tinha os limites do horizonte visual, uma ervilha que dança na palma da nossa mão.
Entretanto, generalizou-se, e muito bem a pré-primária. (a experiência que tenho de investimento e de controle garantem-me que é o segmento do sistema educativo que melhor funciona).
A pré-primária faz a socialização que outrora a primária, com limitações e precaridade de meios de informação não era capaz de conseguir.
A criança sai da pré-primária com olhos para ver o mundo e pressentir do mundo muitas das suas complexidades.
A fase de “criança”, com interesses e necessidades específicas vai até aos 12-13 anos. Será muito correcto e muito desejável juntar a criança num ciclo único de aprendizagens, com docências diferenciadas e específicas.
Lembro que nunca há actos pedagógicos neutros: ou se forma ou se deforma. Mas é nesta "idade da esponja" que particularmente se pode impulsionar para o sucesso ou trucidar para a desgraça...
Entrando na puberdade, pelos 12-13 anos, entra-se num mundo de turbulências físicas e psicológicas. Já não temos mais criança: temos agora o adolescente com interesses e necessidades específicas que devem ter o seu ciclo e nesse ciclo o conveniente e esmerado acolhimento e amparo
Pelos 16 anos vamos encontrar o jovem pré-adulto, já senhor de si e capaz de assumir responsabilidades a que deve corresponder um novo ciclo que responda às necessidades e interesses específicos desta fase.
Daqui se conclui que:
Primeiro - Na escola não há só crianças, como de forma imbecil e provocatória são tratados todos os alunos em qualquer das diferentes fases de crescimento e desenvolvimento.
Segundo - O ninho antigo de acolhimento estoirou. Pais e mães saem de casa muito cedo e chegam a casa muito tarde.
É necessário encontrar um lugar de acolhimento e amparo para que crianças, adolescentes e jovens não fiquem entregues à rua como ora acontece.
Esse lugar de acolhimento e amparo só pode ser a ESCOLA que está obrigada a dotar-se de Psicólogos, Sociólogos, Assistentes Sociais e Seguranças e todos, usando das necessárias complementaridades, farão o trabalho de acolhimento e amparo.
O professor tem a sua função específica, e de enorme responsabilidade e mérito que é a de incitar à aprendizagem da sua disciplina. E não mais.Porque isso lhe bonda e é tarefa pesada a requerer saberes, aptidões e muita arte.
Ora digam que esta proposta não pode ser base para uma refundação séria e moderna do nosso Sistema Educativo?
O que para aí corre são lérias para enganar e distrair...

12 comentários:

Anónimo disse...

Para uma das bases de uma necessária reforma, esse é o registo adequado.

Se as coisas forem bem concebidas, os bloqueios externos ao progrsso da educação podem traduzir-se num estímulo suplementar para uma mudança de sociedade.

Anónimo disse...

Para uma das bases de uma necessária reforma, esse é o registo adequado.

Se as coisas forem bem concebidas, os bloqueios externos ao progrsso da educação podem traduzir-se num estímulo suplementar para uma mudança de sociedade.

Anónimo disse...

Para uma das bases de uma necessária reforma, esse é o registo adequado.

Se as coisas forem bem concebidas, os bloqueios externos ao progrsso da educação podem traduzir-se num estímulo suplementar para uma mudança de sociedade.

Anónimo disse...

Para uma das bases de uma necessária reforma, esse é o registo adequado.

Se as coisas forem bem concebidas, os bloqueios externos ao progrsso da educação podem traduzir-se num estímulo suplementar para uma mudança de sociedade.

Anónimo disse...

Para uma das bases de uma necessária reforma, esse é o registo adequado.

Se as coisas forem bem concebidas, os bloqueios externos ao progrsso da educação podem traduzir-se num estímulo suplementar para uma mudança de sociedade.

Anónimo disse...

esse repetido comentário de um repetido anónimo é para quê? Fogo!

Anónimo disse...

Houve aí uma avaria qualquer.

Eu só escrevi um comentário.

Anónimo disse...

Tratou-se, pois, segundo o mencionado anónimo, de avaria - e não de excessiva insistência. Sempre há que dizer que as ideias expostas pelo autor não são más - mas resultam prejudicadas pela impossibilidade ou incapacidade de serem concretizadas...E de boas ideias anda o mundo cheio...

Anónimo disse...

Há lugares comuns que reflectem sabedoria, por traduzirem experi~encia. Outros são simples insídias para nos desencorajarem o pensamento.Esta é uma delas.

Se a ideia é boa terá sempre algum efeiro positivo. Se a ideia apenas vegeta, à margem da realidade, não pode ser boa.

Anónimo disse...

A ideia só pode vegetar se não houver vontade de mudar. Mas mudar dói, rompe com as estruturas parasitárias para que possa reconstruir... E já sabemos que nunca os poderes querem mudar coisa alguma...
Somos um país escanzelado de velhice... podre de tradições, de fátimas e de bola... Se a guerrilha das independências nas ex-colónias não tivesse acontecido... ainda não tínhamos chegado ao 25 de Abril. Mas o 25 de Abril só mudou os animais do poleiro... e deu-nos a liberdade do cão:agora até é permitido ladrar sem medo... Mas isso não basta... para que deixemos de ser um país de trampa!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Enfim alguém com ideias desempoeiradas e dando o efectivo valor à Educaçao Pré-escolar, ou melhor, da infância. Bem hajas...
O CANINHO SE FAZ CAMINHANDO...

Anónimo disse...

Caninante no hay cmiño
Se hace camiñno el andar....

Estes versos, e outros, de António Machado deveriam "enfeitar" os corredores nas nossas escolas. AS máximas salazarentas só eram salazarentas porque não eram máximas; eram mínimas! Mas os jornais de parede bem geridos, ou geridos na boa e útil direcção cravanvam-se na memória da infância e ficam a germinar para a vida....
Assim fazem as educadoras de infância...
Um best seller de Dodson tem como título "Tout se joue avant les 6 ans"...
Há hoje muitos pedagogos que aseveram que tudo o que aprenderam de relevante... foi apreeeeennnndddiddo na infantil:
OU não é de pequenino que se torce o pepino?