sábado, 12 de abril de 2008

O AVÔ FRANCISCO

Ele era a memória de todos os astros
E tinha um cérebro feito de naturezas, em abundância,
Que aprendiam, até à sabedoria, todas as circunstâncias.
Dispensava as letras e os números desenhados em papel
Porque todos os saberes moravam dentro dele…
E com ternura fiel
Ouvia o céu pela manhã
Olhava o vento vadio
Espiava a lua no tempo do calor ou do frio
Sabia ler as estrelas ao entardecer ou pela madrugada
E garantia os dias calmos ou de trovoada.
Era familiar das vacas e dos porcos
E até das raposas e dos lobos.
O céu, o vento, as estrelas,
E particularmente a lua, por causa da lavoura,
Falavam com ele
Para lhe contar os segredos das manhãs vindouras.
Depois, ele escrevia no ar
O bom tempo de semear
Mais tarde voltava a escrever
O certo tempo de colher.

1 comentário:

Anónimo disse...

O teu avô Francisco deve ter sido uma pessoa admirável assim como é admirável a homenagem que aqui lhe fazes!