Morrinha é para os nossos vizinhos galegos assim uma maneira de apetecer a quentura dum matéu e depois adormecer na boa companhia.

Hoje não estou para reflexões azedas, para pensamentos transcendentes. Quero uma realidade que venha de encontro às minhas virtudes…

Era o homem, esse homem, quem escrevia e protestava que a mulher é pura beleza para ser mulher…
Porque é da condição da mulher ser bela. Como a névoa, como a estrela, como o azul marinho ou celeste, como o regato acabado de nascer...
Logo, logo, sempre bela!.
E também bela porque é o ventre da humanidade.
O ventre e o seio.
Dentro da mulher germinam os futuros que logo do seu seio se amamentam.
Da mulher nascem os sonhos.

Ou então, é a mulher que dá corpo a todos os sonhos.
O mar, berço da vida, deveria ter nome de mulher. Exactamente assim como humanidade tem nome de mulher.
Depois, tudo na mulher é intrigante e simples.
Tudo nascente e foz.

Tudo realidade e mistério.
Tudo, sempre, inquieto e tranquilo.
A mulher é suave e sereia. É um vigor original. É uma dádiva de ternuras, uma razão de sentimentos.
A mulher brilha por dentro dos olhos da Gioconda onde tem o seu refúgio de alma.
Onde há uma mulher há sempre um escaninho de magia, sempre um trancelim de artes imprevistas.
A mulher é sábia para além de toda a instrução e sabe falar muito bem pelos silêncios.
E adivinha as mudanças.

E converte-se, inventa e faz da mudança da moda, ou da moda da mudança, a sua bandeira: a mulher bonita: a mulher.
É por isso que a mulher tem sempre a idade que parece ter e tudo sempre faz e sempre consegue ter a idade menina.
É por isso que a mulher, sabiamente, lembra o presente e esquece o que se foi.
Em seguida, ama para além de si.
É verdade que o homem constrói as estradas.
Mas é a mulher, sempre a mulher, que encontra os caminhos.
Porque o homem é a espiral dum momento, e a mulher é a própria criação!
1 comentário:
Que belo texto...Que bom ser mulher...Obrigada
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