Não sei porquê, mas sei para quem escrevo.
Tu nunca soubeste, tu não sabias, nem tão pouco imaginavas, que nos fazes muita falta.

Estávamos habituados a ver-te, nesta distância periférica, a dizer as verdades de forma tão suave e incisiva como se tudo fosse um prado verde.
Estávamos habituados a ouvir os teus argumentos como se tudo se resolvesse entre a flor e o fruto…
Estávamos habituados à tua atitude menina como se a inocência fosse a alma da política.

Homens vieram e levaram-te.
E nós ficamos, nesta distância sadia de ver a noite à luz do luar, definitivamente perplexos.
Como se o nosso ió-ió de brincadeira se partisse. Como se o mar, ali em frente, fosse um agreste canavial.
Como se todas as flores chorassem uma lágrima.
Olha, apetece-me dizer-te que tenho um ombro para ti.

O ombro é sempre a parte mais nobre da pessoa.
Pelo ombro nunca se cobra. No ombro está a amizade feita amor ou o amor feito amizade.
Eu sei que tudo isto é imaginação. Mas é da imaginação que vivemos.
O real anda sujo, peco, serôdio, ruim e guerreiro.
Deixa que a imaginação faça os nossos futuros.
Com abraços.

Havemos de dar os abraços que nunca demos.
Tenho uma história feita de aventuras e de confianças.
Eu sei que vamos ter uma festa e que tu me vais convidar.
Fica com o meu ombro todos os dias....
Sem comentários:
Enviar um comentário